Dados do estudo "Acesso, avaliação e atitudes da população portuguesa" revelam que, por dificuldades financeiras, o dobro dos portugueses deixou de comprar óculos nos últimos sete anos.As dificuldades financeiras são a razão por que duplicou, nos últimos sete anos, o número de portugueses que não comprou óculos ou não foi ao dentista, segundo o estudo denominado “Acesso, avaliação e atitudes da população portuguesa”, ao qual a agência Lusa teve acesso.
Para o estudo, Manuel Vilaverde Cabral contou com a participação de 3.039 portugueses aos quais foi solicitado que respondessem a um questionário sobre se abdicaram no último ano de comprar medicamentos e óculos, ou deixaram de ir a consultas médicas e ao dentista ou, ainda, se deixaram de realizar meios complementares de diagnóstico, por não poderem suportar os seus custos.De acordo com o estudo, a percentagem de inquiridos que referem não ter recorrido ao dentista ou que não compraram óculos duplicou, tendo passado de 10,4% para 20% e de 8,3% para 14,7%, respectivamente, entre 2001 e 2008. O estudo revelou ainda que se assistiu a um aumento (de 84,8% em 2001 para 89,9% em 2008) na utilização do Serviço Nacional de Saúde por via directa e, por oposição, se assistiu a uma diminuição de utentes que acedem a cuidados de saúde através dos subsistemas de saúde existentes.Relativamente à percentagem de detentores de seguros de saúde, ela mantém-se estável, contudo, qualitativamente diferente, tendo subido consideravelmente a posse de seguros pessoais (57,3% em 2001, para 80% em 2008), em detrimento dos seguros de empresas e dos seguros colectivos, que quase desaparecem, passando de 44,1% para 2,4%.Quanto à acessibilidade dos utentes aos cuidados de saúde, o estudo indicou que, em 2008, mais de metade dos portugueses (58,1%) estava a menos de dez minutos de distância do centro de saúde da sua área de residência; em 2001 só 52,8% tinha essa proximidade em relação ao centro de saúde.A necessidade de recorrer a uma especialidade médica inexistente no hospital da região passou a ser mais comum em 2008 (tendo subido de 11,1% para 16,9%), em particular nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Centro.
Sem comentários:
Enviar um comentário