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Bem-vindos à Óptica Atlantis, um espaço totalmente dedicado ao mundo da óptica e aos seus componentes em que você pode consultar e retirar informações sobre óptica, consultar novidades e noticias relacionadas com este tema. A função deste espaço é ajudá-lo a compreender melhor os seus olhos e a sua visão.

"Os olhos são os senhores da astronomia e os autores da cosmografia; eles desvendam e corrigem toda a arte da humanidade; conduzem os homens ás partes mais distantes do mundo; são os príncipes da matemática, e as ciências que os têm por fundamento são perfeitamente correctas.Os olhos medem a distância e o tamanho das estrelas; encontram os elementos e suas localizações; eles... deram origem à arquitectura, à perspectiva, e à divina arte da pintura...Que povos, que línguas poderão descrever completamente sua função! Os olhos são a janela do corpo humano pela qual ele abre os caminhos e se deleita com a beleza do mundo".


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domingo, 10 de dezembro de 2006

Protecção UV

É comum ouvirmos como devemos evitar a exposição prolongada ao sol, de modo a diminuir o risco de cancro da pele. É igualmente importante divulgar os riscos para os olhos devidos a essa exposição. Está razoavelmente estabelecida uma relação entre o desenvolvimento de problemas oculares, especialmente cataratas, e a exposição à radiação ultravioleta. Quase todas as camadas de tecido ocular podem ser afectadas por esta radiação que pode ter efeitos tanto a curto como a longo prazo.
"Os Ultravioletas"
Os "ultravioletas", ou mais correctamente a radiação ultra-violeta (UV), são parte integrante da radiação emitida pelo Sol e, com mais pormenor podemos distinguir três bandas, UV-A, UV-B e UV-C, por ordem decrescente de comprimento de onda. Quanto menor o comprimento de onda, maior actividade biológica resultante da exposição. No entanto, apenas os UV-A e UV-B atingem a superfície terrestre pois os UV-C (abaixo de 280 nanometros) são absorvidos pela camada de ozono. Os UV-A, que correspondem aos comprimentos de onda entre 315 e 400 nm são responsáveis pelo bronzeado e possivelmente pelo envelhecimento da pele e cancro da pele. Os UV-B correspondem aos comprimentos de onda entre 280 e 315 nm e a uma maior energia que é responsável por queimaduras solares e cancro da pele.
A radiação UV é invisível mas o seu efeito é bem visível quando não se toma o devido cuidado. Há quase um século, os exploradores do Árctico forneceram os primeiros relatos dos efeitos adversos da radiação ultra-violeta nos olhos. A cegueira da neve era o termo por eles usado para descrever as queimaduras na córnea sofridas por muitos deles devido à grande exposição ao sol e à reflexão pela neve.
Fontes de UV
O Sol é o principal fornecedor de radiação UV mas é também necessário cuidado com lâmpadas de bronzeamento, instrumentos de soldadura, lasers, entre outros. Vários factores influenciam a dose de UV que recebemos do sol. As nuvens absorvem a luz visível mas em menor grau a ultra-violeta e num dia nublado a quantidade de UV recebida pode ainda ser grande apesar de não se sentir a luz do sol. A quantidade de UV recebida é aumentada quando é reflectida por neve que reflecte até 80% dos UV ou pela areia que reflecte até 25 % dos UV.
A quantidade de UV recebida aumenta com a altitude sendo este aumento de 4% cada 300 metros mais acima. Quando o Sol está mais alto, a luz é menos filtrada e 50% dos UV são recebidos entre as 11 e as 2 horas da tarde. Por tudo isto, especial cuidado deve ser tido por pessoas que passem algumas horas ao sol numa montanha com neve (obviamente!).
O olho e os UV
A radiação UV-B que atinge o olho é quase completamente absorvida pela córnea e cristalino com alguma parte também absorvida na câmara anterior pelo humor aquoso o que implica que pode causar dano a estes tecidos mas normalmente não afecta a retina. Se lá chegasse teria grande capacidade de causar estragos.
A radiação UV-A possui energia mais baixa mas penetra mais profundamente no olho. A 360 nm estima-se que cerca de metade da radiação UV-A que atinge o olho ainda chegue ao cristalino sendo aí bastante absorvida e passando ainda uma pequena quantidade até ao humor vítreo.
Alguns problemas oculares têm sido relacionados com a exposição aos UV:
Fotoqueratite. Este efeito ocorre após uma exposição a radiação ultra-violeta intensa, ocorrendo relativamente ao sol apenas em ambientes altamente reflectivos como a neve ou na praia. A soldadura a arco também pode provocar fotoqueratite. O epitélio da córnea absorve sobretudo a radiação UV-B deixando danos visíveis clinicamente e que provocam olhos vermelhos, sensação de corpo estranho, lacrimejo excessivo e maior sensibilidade à luz. Este problema resolve-se em um ou dois dias normalmente sem efeitos a longo prazo.
Pterígio. Um pterígio é um crescimento vascularizado à superfície, popularmente confundido como uma "gordura", que invade a córnea onde provoca defeito na visão. É mais frequentemente observado em pessoas que trabalham no campo pelo que se pensa ser provocado, pelo menos em parte pela exposição aos UV. Pode ser retirado cirurgicamente mas é frequente que volte a crescer.
Catarata. A catarata é uma das maiores causas de afectação da visão e cegueira em todo o mundo. Uma das suas principais causas é a radiação UV, especialmente UV-B. O efeito dos UV é cumulativo ao longo dos anos e causa progressivamente uma perda de transparência no cristalino que acaba por afectar a visão. É por isto importante a protecção aos UV em jovens com actividades ao ar livre. As cataratas não aparecem nessa altura, mas o efeito dos UV acumula-se e muitos anos depois, quando aparecem as cataratas é tarde demais. Claro que existe cirurgia para isso, mas é melhor se não for necessária.
Degeneração Macular. Ao nível da retina pensa-se que a sua exposição a longo prazo à radiação UV e também a luz visível de pequeno comprimento de onda (violeta/azul) é um dos factores de risco que pode contribuir para o processo de envelhecimento da retina.
Protecção dos UV
Uma vez que o efeito dos UV é cumulativo, a protecção deve fazer-se sempre que seja desenvolvida uma actividade ao ar livre em dias que não estejam muito nublados. Nuvens espessas bloqueiam os UV, mas uma camada de nuvens finas que atenua consideravelmente a luz visível não tem tanto efeito sobre a luz UV. Nesta altura a necessidade de protecção não é tão sentida, mas igualmente necessária.
O objectivo é então bloquear os UV impedindo-os de chegar ao olho. As principais ajudas para este efeito são chapéus e óculos de sol. Quanto aos chapéus, não são a especialidade deste site, mas compreende-se que os bonés de pala constituem uma boa opção.
Os óculos de sol devem bloquear 99-100% tanto da luz UV-A como UV-B. Além disso, o melhor é ter um óculo que absorva 75-80% na luz visível e idealmente dê alguma protecção para a retina em relação à luz violeta e azul. Uma óculo com armação que contorne a face oferece maior protecção porque bloqueia os raios periféricos.
A coloração das lentes deve ser cinzenta, castanha ou verde. Nunca de cores que afectam a percepção da cor dos objectos, como sinais de transito. O cinzento sendo cor neutra, é geralmente a melhor escolha por não modificar as cores. A correspondência de cor deve ser perfeita entre as duas lentes e devem ser livres de distorções. As lentes polarizadas podem ser mais úteis que as normais em situações em que a luz é reflectida, como na areia da praia, mas não fornecem só por isso melhor protecção para os UV.
Para os utilizadores de lentes de contacto, é também necessário o uso de óculos de sol e melhor ainda se as próprias lentes de contacto tiverem filtro para UV, o que já é possível em algumas marcas. Estas lentes de contacto não devem ser usadas em substituição do óculo de sol, mas constituem uma protecção adicional aos UV periféricos que passam por fora do óculo de sol.

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